Os Maiores Acontecimentos da Tecnologia em 2014


O ano de 2014 finalmente chegou ao fim e com ele vieram
inúmeras novidades e notícias tecnológicas que modificaram
muitas coisas a partir de 2014.
Projetos para melhorar a internet, gadgets aprimorados e a
adoção de tecnologias estiveram dentro do hall de inovações,
enquanto falhas de seguranças e ataques também chamaram a
atenção dos usuários sobre a necessidade de se proteger.

Agradecimentos especiais ao pessoal do Olhar Digital que
desenvolveu esse texto com maestria e um abraço especial aos
redatores Eduardo Peixoto, Camillo Di Jorge, Sergio Chaia e
Cleidson Lima, dos quais eu admiro muito o trabalho.

A compra do WhatsApp e da Oculus pelo Facebook
m fevereiro, a rede social de Mark Zuckerberg trouxe uma
bomba: a compra de nada mais nada menos que o WhatsApp,
maior aplicativo de mensagens instantâneas. A negociação ficou
em US$ 16 bilhões (cerca de R$ 38 bilhões na época) sendo
destes, US$ 4 bilhões em dinheiro e US$ 12 bilhões em ações
do Facebook.









A notícia não gerou só uma enxurrada de piadinhas, mas
também preocupou usuários sobre a privacidade e a possibilidade
do aplicativo mudar seu sistema de pagamento - o que não
aconteceu. Além disso, rumores sobre uma versão web e chamadas
de voz foram e voltaram diversas vezes em 2014, sendo que até
agora, nenhum deles se confirmou.
Um mês depois, o Facebook pegou muita gente de surpresa e
anunciou a compra de outra empresa: a Oculus VR, responsável
pelo Oculus Rift. A aquisição custou US$ 2 bilhões à rede social
(aproximadamente R$ 4,6 bilhões) que foram divididos entre
dinheiro e ações do Facebook.










O óculos de realidade virtual da Oculus é dos principais
modelos no mercado e também um dos pioneiros da
tecnologia.
Com ele, o usuário pode ficar imerso em um ambiente 3D
e enorme ele move a cabeça, o cenário também mexe de acordo.
Atualmente, o Rift está disponível por US$ 350 na sua segunda
versão para desenvolvedores.

As falhas de segurança Heartbleed e Shellshock
Em 2014, os usuários ficaram expostos a duas falhas de
segurança que ficaram conhecidas como "as maiores falhas
de segurança da história": a Heartbleed e a Shellshock.


O bug Heartbleed chegou a computadores, tablets e
smartphones em abril e era capaz de roubar informações
sigilosas como senhas de bancos e serviços na internet.
Isso era possível
porque a falha
atacava o OpenSSL,
biblioteca responsável
por criptografar os
dados transferidos
entre usuários e
servidores.





Sites conhecidos como o Yahoo, Flickr, Kickass, Steam
e DuckDuckGo foram alguns dos endereços que
estiveram vulneráveis ao ataque. No Brasil, cerca de
350 sites ficaram expostos ao bug. Para amenizar o
problema, gigantes da tecnologia chegaram a se unir
e doaram milhões para dar suporte a desenvolvedores
de código aberto.
Já a Shellshock (ou Bash Bug) é uma falha mais recente
e restrita. Surgido em setembro, o bug afetava o Bash,
interpretador de comandos presente no Mac OS e Linux.
Com isso, o bug permitia a execução de um código
malicioso que deixava o sistema vulnerável a ataques
remotos. Algum tempo depois, tanto Linux como Mac
receberam pacthes corrigindo a falha.

Desafio do balde de gelo
Um balde com água de gelo nunca foi responsável por
tantos banhos gelados e caretas como o Ice Bucket 
Challenge ou em português, o "Desafio do Balde de Gelo".
O desafio consistia em virar um balde de água gelada
sobre a cabeça ou doar US$ 100 à ALS Foundation,
ONG americana que levanta fundos para o tratamento
da esclerose lateral amiotrófica (ELA).














Não se sabe ao certo como o desafio começou, no entanto,
a ideia ganhou força com a participação de celebridades
americanas que nomeavam outras pessoas para participar
da brincadeira. A repercussão foi tanta que Mark Zuckerberg,
CEO do Facebook, virou o balde e ainda desafiou Bill Gates,
fundador da Microsoft.

Além de Zuckerberg e Gates, outros nomes da tecnologia
aderiram ao desafio incluindo Satya Nadella, CEO da
Microsoft; Larry Page e Sergey Brin, fundadores do
Google; e Jeff Bezos, CEO da Amazon.
O desafio gerou tanta comoção que ganhou uma hashtag
própria, chegou ao Brasil e trouxe números impressionantes
às redes sociais. Segundo a Infobase Interativa, entre 1º e
13 de agosto, foram mais de 2,2 milhões de vídeos no
YouTube, mais de 2,2 milhões de menções no Twitter e mais
de 15 milhões de interações no Facebook (incluindo comentários,
postagens e curtidas).

Eleições e recorde de interações no Facebook
Em 2014, os brasileiros tiveram um novo encontro com as urnas
para escolher o presidente do país. Fotos, vídeos, memes,
posts tomaram conta das redes sociais. No Facebook, as interações
geraram um novo recorde mundial e chegaram à marca de
674,4 milhões entre 6 de julho e 26 de outubro.
No dia da decisão, mais de 49 milhões de publicações
tomaram conta das timelines do Facebook, sendo 53,8% delas
sobre Dilma Rousseff e 46,2% sobre Aécio Neves.
O volume total de interações ainda representa quase três vezes
o registrado nas eleições da Índia (227 milhões de interações),
que tem população seis vezes maior que a do Brasil.



A transformação da marca Nokia em Microsoft
Adquirida no ano passado pela Microsoft, a divisão de celulares
da Nokia não só passou ao controle da empresa americana,
como também sofreu um reposicionamento de marca.

















Agora, os celulares da finlandesa não são mais chamados de
Nokia Lumia, mas sim Microsoft Lumia. A novidade foi confirmada
em abril por Stephen Elop, chefe da área de dispositivos da
Microsoft, contudo, só começou a ser colocada em prática em
outubro, quando a Nokia na França recebeu o novo nome em
seu site oficial e redes sociais.

 Consolidação do streaming
Em maio, o Brasil recebeu um dos maiores serviços de streaming
de música, o Spotify. O serviço que afirma possuir "mais de 30
milhões de músicas" em seu catálogo chegou nas versões gratuita
(com anúncios) e paga, por R$ 14,90, e desde então, já lançou
ações e promoções para novos assinantes.
Já no mês passado, foi a vez do Google aderir à tendência e lançar
o Google Play Música e o Music Key. O primeiro é o seu serviço
de música que também custa R$ 14,90 (R$ 12,90 até meados de
janeiro) e o segundo é uma plataforma integrada ao Play Música
que exibe vídeos do Youtube no modo offline.
Mas não foi só na música que o streaming ganhou força. Segundo
um estudo recente realizado nos Estados Unidos, o Netflix representa
35% do tráfego dos Estados Unidos em horário de pico. Além disso,
outros serviços de streaming de vídeo figuram a lista, incluindo o
HBO Go, com 1% e o Amazon Video, com 2,58%, sendo que este
último cresceu oito vezes nos últimos meses.


















Project Loon em expansão
Anunciado em 2013, o Project Loon, do Google, tem como
objetivo usar balões para levar internet a áreas remotas.
Feitos de plástico inflável e preenchidos com gás hélio, os
balões são capazes de voar por 100 dias a alturas de 20km e
são equipados com antenas Wi-Fi.
Apesar do projeto ainda ser uma ideia "nômade" - justamente
por sua duração curta - o Project Loon ganhou notoriedade
em 2014 por realizar grandes façanhas como dar uma volta
no mundo em apenas 22 dias. Nessa etapa, o objeto saiu da
Nova Zelândia, voou sobre a América Latina e deu uma volta
completa ao redor da Antártica sem interrupções.















Além disso, o Loon chegou ao Brasil e ficou em testes por duas
semanas, chegando até mesmo a transmitir internet para uma
escola municipal. Os alunos tiverem sua primeira aula com acesso
à internet e usaram ferramentas como a Wikipedia e o Google Earth.
O teste ainda marcou a primeira vez que o Projeto Loon usou a
tecnologia LTE para conectar pessoas por meio dos balões.

Marco Civil da Internet
Outra iniciativa que procurou melhorar a qualidade da internet foi
o Marco Civil da Internet. Sancionado em abril e em vigor desde
junho, o projeto de lei criou uma espécie de Constituição para o
uso da internet no país.
Em suma, o Marco Civil estipula cinco pontos principais.
O primeiro deles é o da liberdade de expressão, afirmando que
a internet deve ajudar o brasileiro a se comunicar e se manifestar
como bem entender, dentro dos termos da Constituição.
O segundo diz a respeito da neutralidade da rede, afirmando
que operadoras de internet são proibidas de vender pacotes de
internet pelo tipo de uso.









A medida prevê ainda que os provedores de internet e serviços
só forneçam informações de usuários por meio de ordem
judicial, enquanto registros de conexão devem ser mantidos por
pelo menos um ano e, acesso a aplicações, por seis meses.
No que diz respeito ao conteúdo postado na internet, o Marco
Civil defende que a empresa que fornece a conexão jamais
seja responsabilizada. Contudo, caso ela receba um intimação
para retirar um material e não o fizer, poderá ser culpada.

Por fim, o último artigo principal diz que administrações federal,
estaduais e municipais têm uma série de determinações a cumprir
incluindo a garantia de "mecanismos de governança multiparticipativa,
transparente, colaborativa e democrática, com a participação do
governo, do setor empresarial, da sociedade civil e da comunidade
acadêmica".
Sendo assim, os governos devem estimular a expansão e o uso da
rede; agilizar processos; usar, preferencialmente, tecnologias,
padrões e formatos abertos e livres; dentre outras outras obrigações.
O Marco Civil se tornou um assunto de enorme importância não só
pelas mudanças e garantias que oferece, mas também por servir de
exemplo como a primeira Constituição do tipo. Diversos países
inclusive já manifestaram interesse em usar os moldes do Marco
Civil para criar suas próprias leis sobre a internet.

Ataque massivo à Sony
No final de novembro, a Sony Pictures foi alvo de um ataque
massivo que tirou do ar sua rede interna, telefones, internet e
computadores. O episódio foi assumido pelo grupo hacker
Guardiões da Paz (GOP) e pouco tempo depois, diversos documentos
sigilosos da empresa foram divulgados.

Reprodução
Filmes inéditos, lançamentos para os próximos anos, e-mails,
apelidos de celebridades e até mesmo mais de 47 mil números
do seguro social dos Estados Unidos vazaram. A maioria dos
arquivos estava salvo em arquivos de Excel e Word sem
proteção, o que chamou atenção da imprensa e companhias
para a necessidade de um bom sistema de segurança.
A suposta motivação para os ataques seriam o filme "A Entrevista",
produção da Sony que conta a história fictícia de dois jornalistas
americanos que entrevistam o ditador da Coreia, King Jong-un, com
o plano de assassiná-lo em seguida. Especulações surgiram em torna
da Coreia do Norte, que teria planejado a invasão em retaliação ao longa.
O governo do país negou participação por meio de um porta-voz e
até mesmo os Estados Unidos afirmaram que a Coreia do Norte não
estava envolvida. Contudo, algum tempo depois, o governo americano
voltou atrás e disse que o país estava sim envolvido.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um
pronunciamento polêmico e disse que "a resposta será proporcional",
mostrando solidariedade à Sony e seus funcionários. Obama ainda
prometeu melhorar a cibersegurança do país em parceria com o setor privado.

O "boom" dos apps de relacionamento
No final de 2013, uma enorme polêmica envolvendo o Lulu,
aplicativo que avaliava a performance de homens e o Tubby,
a suposta resposta masculina para o app que nunca existiu,
fez com que os aplicativos de relacionamento sofressem uma
espécie de "boom" em 2014.
Badoo, Grindr, 3nder e Swipe são apenas alguns dos nomes que
caíram no gosto do público brasileiro, seja para encontrar pessoas,
fazer amizades ou ainda "apimentar" a relação.
O Tinder, um dos maiores do segmento, escolheu ainda o Brasil
como um dos países para testar suas funcionalidades premium.
Batizada de Tinder Plus, a nova versão conta com a possibilidade de
"desfazer" uma rejeição acidental e o Passport, recurso que ajuda
encontrar pessoas em outras localidades.

Reprodução

 Relógios inteligentes











2014 foi, sem dúvidas, o ano dos relógios inteligentes.
A Apple lançou o Apple Watch, tão esperado smartwatch
da maçã, enquanto outros cinco modelos foram apresentados
ao mercado.

 LG, Motorola e Asus anunciaram o G Watch, Moto 360 e o
Zen Watch, respectivamente, enquanto pessoas de fora da
indústria da tecnologia também entraram na brincadeira. Foi o
caso do rapper americano Will.I.Am, que resolveu lançar seu
próprio relógio inteligente, o Puls.












Mas a grande novidade ficou por conta do Android Wear, versão
do Android para vestíveis. O sistema conta as mesmas funções do
Android para smartphones e tablets como os aplicativos e
o Google Now, além de possuir integração com outros dispositivos,
como o Chromecast.

O fim do Orkut
Em junho, fãs do Orkut receberam a pior notícia do ano: a rede
social seria encerrada no dia 30 de setembro. Segundo o Google,
a justificativa era que o Orkut havia deixado de ser relevante e
ao mesmo tempo, os esforços seriam concentrados em outras
plataformas como o YouTube, Blogger e Google+.











Apesar de ter completado 10 anos em 2014, o Orkut só
registrava números cada vez mais baixos. Em janeiro,
havia apenas 5,8 milhões de visitantes mensais, segundo
a comScore. Em agosto deste ano, um mês antes do
serviço sair do ar, o número caiu para 3 milhões.

Uma petição com 88,3 mil assinaturas pedia pela permanência
da rede social, no entanto, não foi suficiente. Durante os
meses que antecederam o adeus do Orkut, muitas pessoas
aproveitaram para resgatar conteúdos e viveram momentos
de nostalgia.
Depois do seu fim, surgiram ainda diversas redes sociais que
tentavam resgatar o espírito do Orkut, como o Orkuti e a
SocialDub.
A boa notícia é que ainda é possível visualizar todas os 51
milhões de comunidades públicas do Orkut antes dele ter sido
desativado.
Para isso, basta acessar o Arquivo de Comunidades do Orkut.
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Sobre o Autor... Leandro

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